É possível que a presença de determinados fatores aumente a chance de uma pessoa desenvolver tendinopatia patelar? Esses fatores podem ser modificados? Saiba mais sobre os fatores de risco para a tendinopatia patelar nesta página.
[VÍDEO – EM BREVE]
Potenciais fatores de risco são identificados através de estudos prospectivos (estudos que acompanham uma certa população durante um determinado período), uma vez que a presença ou exposição ao fator de risco é determinada antes do desenvolvimento da tendinopatia patelar.1 A identificação desses fatores é essencial para o desenvolvimento de programas de prevenção, ajudando na identificação de pessoas que possuem maiores riscos de desenvolverem a tendinopatia patelar.1 Veja abaixo mais informações sobre os principais fatores de risco para a tendinopatia patelar:
- A diminuição da amplitude de movimento da dorsiflexão do tornozelo é um fator de risco para o desenvolvimento da tendinopatia patelar em atletas.2 Uma possível explicação para esse achado é que durante a aterrisagem de um salto, a diminuição da amplitude de movimento de dorsiflexão do tornozelo parece aumentar a força de reação do solo e diminuir a absorção da energia cinética pelo tornozelo, o que consequentemente gera aumento da carga no tendão patelar.3 Além disso, a diminuição da dorsiflexão do tornozelo associado ao suporte de peso poderia resultar na alteração da cinemática do joelho durante atividades funcionais, como o agachamento.4
.
. - A diminuição da flexibilidade dos músculos posteriores da coxa também é um fator de risco para o desenvolvimento da tendinopatia patelar em atletas.5 É possível que essa diminuição da flexibilidade contribua para a sobrecarga do tendão patelar por o quadríceps ter que fazer mais força para vencer a resistência passiva dos isquiotibiais durante o movimento de extensão do joelho.6
.
.
. - A diminuição da flexibilidade do músculo quadríceps femoral também é um fator de risco para o desenvolvimento da tendinopatia patelar em atletas.5 Uma possível explicação para esse achado é que a diminuição da flexibilidade do músculo quadríceps femoral poderia contribuir para a sobrecarga no tendão patelar, por meio do aumento da tensão passiva no tendão patelar.7
.
- O maior volume de treino específico de saltos e maior número de sets de voleibol jogados por semana, são fatores de risco para a tendinopatia patelar.8
.
.
.
. - Com relação a quantidade de treinos em geral, a evidência ainda é conflitante e limitada, não permitindo confirmar a relação entre maiores volumes de treino em geral e o desenvolvimento da tendinopatia patelar.1
.
.
.
- Maior altura atingida no teste de salto com contramovimento é um fator de risco para o desenvolvimento da tendinopatia patelar em atletas homens.9 Uma possível explicação para isso é que atletas que apresentam maior capacidade de salto recebem maiores cargas cumulativas no mecanismo extensor do joelho.1
.
.
- O índice de massa corporal (IMC),11,12 o peso corporal,1 a circunferência da cintura e dobras cutâneas8 não parecem ser fatores de risco para o desenvolvimento da tendinopatia patelar.1 Entretanto, é importante ressaltar que a maioria dos estudos incluem atletas de elite com baixa adiposidade, alta estatura e alta porcentagem de massa muscular, limitando os achados para essa população.1
.
.
Veja no infográfico abaixo o resumo das principais evidências disponíveis sobre os fatores de risco para a tendinopatia patelar:
Teste seu conhecimento – Quiz
Teste seu conhecimento sobre os fatores de risco da tendinopatia patelar respondendo ao quiz abaixo.
Referências
- Sprague 2018. Modifiable risk factors for patellar tendinopathy in athletes: A systematic review and meta-analysis.
- Backman 2011. Low range of ankle dorsiflexion predisposes for patellar tendinopathy in junior elite basketball players: a 1-year prospective study.
- Mason-Mackay 2017. The effect of reduced ankle dorsiflexion on lower extremity mechanics during landing: a systematic review.
- Dill 2014. Altered knee and ankle kinematics during squatting in those with limited weight-bearing-lunge ankle-dorsiflexion range of motion.
- Witvrouw 2001. Intrinsic risk factors for the development of patellar tendinitis in an athletic population. A two-year prospective study.
- Scattone 2016. Lower limb strength and flexibility in athletes with and without patellar tendinopathy.
- Zhang 2017. Increase in passive muscle tension of the quadriceps muscle heads in jumping athletes with patellar tendinopathy.
- Visnes 2013. Training volume and body composition as risk factors for developing jumper’s knee among young elite volleyball players.
- Visnes 2013. Jumper’s knee paradox–jumping ability is a risk factor for developing jumper’s knee: a 5-year prospective study.
- Morton 2017. Patellar tendinopathy and potential risk factors: An international database of cases and controls.
- Backman 2011. Low range of ankle dorsiflexion predisposes for patellar tendinopathy in junior elite basketball players: a 1-year prospective study.
- De Vries 2015. Risk factors for patellar tendinopathy in volleyball and basketball players: A survey-based prospective cohort study.